14 de março de 2012

Os (meus) videojogos e o Fantástico (1) - Duke Nukem 3D

Apenas aos 18 anos tive um computador (e aos 14, uma Playstation); como tal, durante a minha infância as oportunidades para me dedicar aos videojogos, pelo que todas eram de aproveitar. Duke Nukem 3D foi o primeiro videojogo que joguei, algures em 1995 ou 1996. Quando comprei uma Playstation, foi o primeiro jogo que comprei. E ainda hoje o jogo, ocasionalmente, pela pura diversão que proporciona.

Para a sua época, Duke Nukem 3D foi um jogo revolucionário, com os seus cenários vastos e destrutíveis, inimigos imaginativos, uma das melhores selecções de armas que jamais figurou first person shooter, um humor cru e machista à melhor moda dos eighties e mais referências de cultura pop que qualquer outro jogo da época (assim de repente, relembro as alusões a Doom, 2001: A Space Odyssey, SledgehammerThe Evil Dead, Alien(s), Pulp Fiction, Dirty Harry, Die Hard… entre tantas outras). Doom ou Quake, por bons que fossem (e eram), não ofereciam nada que fosse sequer comparável. A história é simples: uma raça de extraterrestres invadem a Terra, raptam as mulheres, e apenas um homem os pode derrotar e salvar o dia: Duke Nukem. E a partir daqui começa a aventura de Duke a massacrar extra-terrestres em Los Angeles, na Falha de Santo André, na Lua, e em bases espaciais em órbita. Uma festa, portanto, que me proporcionou incontáveis horas de diversão a abater pig cops, a escapar a sentry drones, a descobrir locais secretos nos sitios mais improváveis e a abrir caminho em plataformas espaciais, bancos, estúdios de cinema, discotecas, esquadras de polícia e prisões. O modo Multiplayer também foi bastante popular, mas confesso nunca o ter testado (mas acredito que armas como a Shrinker ou o Freezethrower tenham tornado a experiência muito interessante).

Escusado será dizer que a expectativa causada por Duke Nukem Forever resultou numa enorme desilusão. O processo de criação do jogo foi demasiado irregular e fragmentado, e a equipa que acabou por concluir o jogo não percebeu de todo o título original. Qualquer novo título da série Duke Nukem não deve tentar ser um FPS realista, pois Duke Nukem 3D não foi, de modo algum, um jogo realista - foi, sim, uma fantasia de ficção científica corny, de humor duvidoso, desavergonhadamente inspirada nos heróis de acção dos loucos anos 80, com um arsenal assinalável e uma galeria de inimigos invejável. É exactamente isso que os fás pretendem de um novo título de Duke Nukem (e não um jogo em que Duke só pode transportar duas armas). Quem quiser realismo num shooter tem imensas opções no mercado. O bom e velho Duke Nukem nunca se levou a sério, e foi justamente isso que o tornou numa referência na história dos videojogos.


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