15 de fevereiro de 2014

O som e a fúria (13)

Poucas bandas gozaram de tanta popularidade na viragem do milénio como os norte-americanos Linkin Park. Surgidos no movimento relativamente efémero (mas não tão efémero quanto seria desejável) do nü-metal, do qual emergiram muitas outras bandas nos últimos anos da década de 90, os Linkin Park cedo se distinguiram não pela originalidade da fusão entre hip-hop e metal - que, de resto, foi o pão-nosso-de-cada-dia do género -, mas por a terem feito com mais talento e mais brio do que a maioria. O que, olhando agora para trás, talvez ajude a explicar por que motivo são uma das poucas bandas da época ainda em actividade e ainda a encher concertos (a nostalgia não pode explicar tudo). 

Enfim, adiante - o artigo é sobre música e ficção científica, e não sobre tragédias musicais da minha adolescência. Para além dos discos principais, os Linkin Park ainda fizeram algumas experiências bastante interessantes - das quais merece destaque o álgum [Reanimation], de 2002, no qual pegaram nos temas do seu álbum de estreia, Hybrid Theory, e os remisturaram em hip-hop e electrónica através de colaborações com vários músicos underground, e com resultados no mínimo surpreendentes. Como single de apresentação deste álbum emergiu Pts.of.Athrty, versão alternativa de um dos temas menores de Hybrid Theory - com um videoclip memorável, em jeito de science-fantasy algo reminescente de Final Fantasy: The Spirits Within. A animação parecerá agora datada, claro - na era de Avatar qualquer coisa daqueles anos será, no mínimo, estranha; mas para a época, foi um trabalho excepcional. 

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