10 de julho de 2013

Que livros de fantasia e ficção científica dariam um bom videojogo?

O fantástico tem sido um terreno fértil para a construção de narrativas que se expandem por vários formatos - de filmes que dão origem a livros a obras literárias que se vêem adaptadas ao grande ecrã (e ao pequeno também), com os muito afamados (e difamados) tie-ins e as novelizações de maior ou menor sucesso. O universo dos videojogos não é excepção, sobretudo à medida que as narrativas do formato se tornam cada vez mais centrais ao desenvolvimento de novos títulos - basta ver os elogios recolhidos por jogos como The Walking Dead, The Last of Us, Bioshock, Heavy Rain - em muitos casos, devido às histórias que contam e à forma como as desenvolvem de forma interactiva. É frequente encontrarmos livros dos universos ficcionais desenvolvidos em alguns jogos - Halo, Assassin's Creed, Starcraft, Warcraft e Mass Effect serão apenas alguns exemplos de videojogos de grande sucesso cujas histórias e as personagens passaram dos pixels para as páginas. 

Mas o contrário também acontece: nos anos 90, o célebre conto I Have No Mouth, and I Must Scream, de Harlan Ellison, foi adaptado para videojogo em colaboração com o próprio autor; e, mais recentemente, o universo ficcional de dark fantasy do polaco Andrzej Sapkowski serviu de base para uma das mais populares séries de jogos de role-play dos últimos anos: The Witcher. No SF Signal perguntou-se a vários escritores, criadores de jogos e críticos que obras literárias de fantasia e ficção científica dariam universos interactivos interessantes; as respostas são variadas e podem ser consultadas aqui. E as minhas duas sugestões:

A primeira, óbvia (e não mencionada nas respostas do artigo original): Hyperion, de Dan Simmons. Não há volta a dar: o vasto universo criado por Simmons com profecias, cultos tenebrosos, planetas tão diversos como estranhos, treeships, inteligências artificiais com agendas próprias dariam um ambiente formidável para um jogo de aventura ou de role-play ambicioso. Quem tiver, como eu, jogado Resident Evil 3: Nemesis lembrar-se-á decerto do terror que era circular por os espaços claustrofóbicos de uma Raccoon City devastada com o temível 'Nemesis' no encalço do jogador (com aquela música a acompanhar). Imagine-se então isso com o Shrike nos túneis sobre Hyperion, ou nas Time-Tombs. Pois.

O segundo, talvez menos óbvio: Lord of Light, de Roger Zelazny. Também para um formato role-play, claro - o universo criado por Zelazny com uma mistura exótica e fascinante entre fantasia e ficção científica, divindades indianas e tecnologia tão sofisticada que não se distingue da magia (pun intended) serviria certamente de fundação para vários cenários distintos, criaturas prodigiosas e uma narrativa intrincada entre os céus e a terra. Fazer level up a Sam até ele se tornar no Lord of Light? Este eu compraria no dia de lançamento.

Fonte: SF Signal

2 comentários:

ATP disse...

Tricky.

Existem muitos livros que gostaríamos de ver em jogo, mas que talvez não funcionassem devido ao pacing literário. Mas isto não é o que interessa, certo?

Vamos às minhas sugestões:

Senhor dos Anéis - certo, certo, demasiado cliché e já existem jogos. Maus jogos!
Já jogaste Dragon Age? Ou até mesmo Neverwinter Nights? Baldur's Gate, Kotor, enfim. Algo da Bioware.
Um RPG ao bom estilo da produtora - até podia ser uma trilogia - acompanhando a história dos livros, alternando entre personagens, atribuindo comandos, batalhas épicas, diálogos, sei lá! Não peço bons gráficos, Dragon Age não tem bons gráficos, mas caraças se a jogabilidade não é boa? (Estragaram o 2, btw...)

Revelation Space (Alastair Reynolds) - Ainda não comecei a ler, mas do que apreendi da saga é que inspirou muito dos mythos de Mass Effect.

Qualquer livro de ficção científica, atirem-me com alguma coisa! Preciso de Space Operas.

João Campos disse...

Não tenho lido más coisas do MMO de "The Lord of the Rings" (mesmo não sendo nenhum "World of Warcraft" em termos de popularidade).

Da Bioware só joguei Mass Effect. Não confio na produtora para fazer hoje um bom RPG como não confio - e passe o exemplo deslocado - no Benfica para vencer a Champions' League. Já a CD Projekt Red, por outro lado, parece estar em ascensão.