17 de janeiro de 2013

O pós-apocalipse interactivo dos anos 90: Warzone 2100

Jim Rossignol, do Rock, Paper, Shotgun, recordou ontem num curto mas interessante artigo Warzone 2100. Para quem não se lembra (ou não conhece), Warzone 2100 foi um dos raros jogos de estratégia em tempo real (RTS) de qualidade a ser lançado para o mercado das consolas - no caso, para a PlayStation original. No meu tempo, não cheguei a comprar muitos jogos para a consola - sete, se a memória não me falha -, mas Warzone 2100 foi um deles. Com gráficos completamente em 3D (algo que, julgo, foi uma inovação para o género em termos gerais), Warzone 2100 era um jogo de estratégia militar muito desafiante, enquadrado numa narrativa de ficção científica que combinava um enquadramento de pós-apocalipse com elementos um tanto ou quanto rudimentares de cyberpunk

Nesta narrativa, a Terra encontra-se em escombros, a civilização destruída por ataques nucleares de larga escala efectuados devido a uma falha grave em sistemas defensivos. A facção controlada pelo jogador, intitulada "The Project", sobreviveu no subsolo durante 15 anos desde o holocausto nuclear, para regressar à superfície em 2100 e tentar recuperar tecnologia perdida para reconstruir a civilização. Uma tarefa que não se revelará de todo fácil: para além de várias facções sobreviventes hostis, o jogador enfrentará também um inimigo tão enigmático como poderoso, que pode ter sido o responsável pelo desastre nuclear. 

Aquele que seria porventura o aspecto mais interessante de Warzone 2100 era a componente tecnológica interna. Com uma economia de jogo assente em petróleo, o jogador tinha de encontrar "artefactos" e informação que lhe permitisse desenvolver novos edifícios, novas estruturas defensivas, diferentes tipos de blindagem, de armamento e de sistemas de propulsão. A melhor parte: tudo isto podia ser combinado quase livremente, dado ao jogador a liberdade de criar as suas próprias unidades e adaptar ao seu exército às suas necessidades mais imediatas (ou à estratégia que tencionasse desenvolver). 

Isto pode não parecer muito hoje em dia, mas numa velhinha Playstation no já longínquo ano de 1999 era extraordinário. Warzone 2100 pode ainda hoje ser jogado - o jogo está em freeware há já alguns anos, e tem sido actualizado por uma incansável comunidade de fãs. Pode descarregado gratuitamente  (PC, Mac, Linux) do site Warzone 2100: Strategy by Design, que lançou há dois dias a versão 3.1.0 do jogo. Para além , claro, da PlayStation original, onde o devo voltar a rodar em breve. 


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